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Produção nas fundições de Minas deverá aumentar 6%.

Publicada em 2013-12-08



O setor mineiro de fundição deverá fechar este exercício com crescimento de 6%, após anos seguidos de resultados aquém do esperado. O bom desempenho - em um momento em que a economia nacional não está indo muito bem - foi puxado, até agora, pela alta na demanda vinda dos segmentos automobilístico e agrícola. A projeção é do Sindicato da Indústria da Fundição no Estado de Minas Gerais (Sifumg).

Segundo o presidente da entidade, Afonso Gonzaga, até outubro a expansão foi de 5,5% e até o final de 2013 estima-se uma produção de 1,250 milhão de toneladas. O volume, apesar de representar um crescimento de 6% frente ao ano anterior, ainda está bem abaixo do ideal.

'Temos hoje uma capacidade instalada de 2,5 milhões de toneladas. E o parque industrial está preparado para atender a uma demanda superior à que temos alcançado. O que precisamos para recuperar o nível de produção anterior à crise de 2008 é que sejam colocados em prática todos os projetos', afirma.

Entre os projetos que poderiam alavancar ainda mais a produção do setor de fundição no Estado estão os de saneamento básico, que, neste ano, ao lado das empresas automobilísticas e de equipamentos agrícolas, colaboraram para uma pequena recuperação do setor.

Logo no início deste ano, o segmento de fundição em Minas Gerais experimentou um alívio, já que em janeiro a atividade registrou alta de 10% na produção, frente ao mesmo mês do ano anterior. Já em fevereiro, quando a produção foi de 101,3 mil toneladas, a alta chegou a 3,5% na mesma base de comparação. A carteira de encomendas no primeiro bimestre ficou elevada, o que já indicava um ano positivo. E essa seria a fase em que o segmento deveria estar pior, para depois ir melhorando ao longo dos últimos meses.

Uma das justificativas para a elevação ao longo deste exercício, segundo Gonzaga, é a demanda reprimida. Além disso, alguns segmentos iniciaram 2013 se preparando para viver o aquecimento esperado para a economia. Porém, o crescimento projetado não se concretizou, mas muitos segmentos acabaram realizando investimentos pautados na expectativa, o que colaborou um pouco para que o setor de fundição tivesse um bom ano.

Em 2012, as expectativas para o segmento eram as melhores possíveis, com uma elevação na produção esperada em 10%. Porém, o que se tornou realidade de fato foi um crescimento de apenas 3,5%. E não só a demanda interna decepcionou. Esperava-se que 22% do volume produzido fosse exportado no período, mas apenas 9% foi para o mercado externo.

Em alguns meses do exercício anterior, o segmento chegou a registrar resultados negativos. Um exemplo foi o mês de julho, quando houve uma redução de 30% no faturamento. O motivo foi a retração na produção de caminhões, ocorrida em decorrência da crise internacional e da obrigatoriedade de implantação do motor Euro 5, movido pelo diesel S50.

Como se não bastassem esses empecilhos, as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não aconteceram com a velocidade em que o setor esperava. Sem contar que aumentou a demanda de produtos fundidos vindos do exterior. Com a situação econômica incerta no cenário internacional, o Brasil se tornou um mercado atraente para empresas de países como EUA, por exemplo.


Fonte: Diário do Comércio