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Honda quer ter mais conteúdo local, diz novo executivo.
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A nomeação do brasileiro Issao Mizoguchi para o comando das operações da Honda na América do Sul, com base no Brasil, representa uma grande mudança nas estratégias da montadora japonesa. É a primeira vez que as operações de uma região ficam nas mãos de um executivo não japonês. "É um processo de globalização e a matriz da Honda quer entender melhor a América do Sul, para tomar decisões estratégicas mais acertadas para a região", disse o executivo ao Valor. Ele assume a em abril a presidência da Honda América do Sul e acumula a função de chefe de operações da região.
Mizoguchi - que antes estava no posto de vice-presidente para América do Sul - terá uma gestão focada no esforço para o aumento do conteúdo local da produção da empresa no país.
Hoje, a japonesa tem capacidade de fabricar 2 milhões de motocicletas em sua fábrica em Manaus, e já tem o índice de nacionalização no patamar dos 85% no segmento. Na fábrica de automóveis, em Sumaré, interior de São Paulo, o índice de nacionalização atual é de 70%. A unidade tem capacidade anual de 120 mil veículos, entre os modelos Civic, City e Fit.
A japonesa precisa manter o índice de nacionalização elevado por causa das linhas do Finame - a linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que oferece os juros mais baixos para compra de bens de capital. Para poder ser financiado pelo Finame, o veículo precisa ter no mínimo 60% de conteúdo local. A meta do executivo é atingir o patamar de 95% nas motocicletas e de 90% nos veículos.
Outra marca da gestão Mizoguchi será o que ele chama de "flexibilidade". Diante das mudanças sobre as perspectivas para os mercados da América do Sul, o executivo vai buscar uma melhor adaptação das operações da Honda aos diferentes cenários econômicos. "Temos problemas de financiamento, mudanças nos juros e na balança comercial da região. Temos, então, que considerar todo o aspecto particular da América do Sul", afirmou.
Segundo Mizoguchi, esta adaptação regional envolve também mudanças na área de desenvolvimento de produtos. Hoje, a Honda trabalha com plataformas globais de produção. "Isso permite uma adequação média para o grupo como um todo, mas não significa necessariamente que seja a ideal para cada região", afirmou, citando a necessidade de se aumentar a velocidade de adequação de produtos e da adaptação das estratégias comerciais às especificidades locais.
A multinacional está no meio de um processo intenso de investimentos no país, enquanto constrói a segunda unidade de automóveis em Itirapina, também no interior de São Paulo, que vai receber R$ 1 bilhão. Com capacidade anual para 120 mil unidades, a fábrica vai empregar cerca de duas mil pessoas e montará, inicialmente, o novo Fit, lançado recentemente no Japão. A Honda quer ainda aumentar a produção de modelos compactos da mesma categoria do Fit, que possuem alta demanda em escala global.
Para o mercado automotivo brasileiro, a japonesa prevê um aumento de 3% nas vendas em 2014, enquanto o segmento de motocicletas deverá "andar de lado". Mizoguchi acredita, no entanto, que este momento mais instável da economia do país é passageiro e que o mercado deve se recuperar nos próximos três anos.
Engenheiro, Mizoguchi ingressou na Honda em 1985 e ficou 25 anos em Manaus. Ele assume no lugar de Masahiro Takedagawa, que liderava a região desde 2011, e agora retorna ao Japão. "A verdadeira globalização da gestão da Honda vai acontecer quando ela for independente da nacionalidade. Quando houver executivo da América do Sul nos EUA, dos EUA na Europa e assim por diante".
Fonte: Valor Econômico
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