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O Brasil e a competitividade global.
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Ao longo dos últimos dez anos, o Brasil vem perdendo competitividade global, segundo pesquisa publicada pelo IMD (International Institute for Management Development). O estudo, desenvolvido na Suíça, apura todos os anos 300 indicadores por 4.000 executivos entre 60 países. No Brasil, foram entrevistados 100 profissionais de vários segmentos econômicos.
Em 2005, ocupávamos o 42º lugar. Em 2010, melhoramos e passamos a 38º e, em 2014, infelizmente despencamos para o 54º no ranking. Essa queda deveu-se ao baixo desempenho de nossa economia nos últimos quatro anos: o PIB foi perdendo fôlego, a inflação, disparando, e o dólar, se fortalecendo mundialmente. Nossas exportações perderam competitividade por baixa demanda e por preço.
Os anos dourados do crescimento chinês em dois dígitos proporcionaram uma falsa impressão de nosso poder de crescimento causado pela alta procura por nossas commodities, tais como minérios e grãos, bem como o aumento das importações, o estrangulamento de nossa indústria e a liberação de crédito para vários segmentos, como construção civil, linha branca e indústria automobilística, dentre outras. Por um outro lado, a redução tributária para várias classes de produto levaram nossa performance a níveis alarmantes. Além disso, os gastos governamentais cresceram consideravelmente, e a arrecadação não vem acompanhando as despesas nas esferas federal, estadual e municipal. Há falta de investimentos vitais e outros que ainda estão paralisados há décadas.
No indicador de exportação de produtos pelo PIB, o Brasil ficou na última colocação, perdendo competitividade para vários países, principalmente da Ásia.
Apesar da queda relativa em 2014, a pesquisa indicou que ficamos em 7ª posição no indicador de consumo das famílias e em 6ª na geração de empregos. O reflexo disso é a criação de postos de baixo valor agregado e tecnológico. Importamos produtos de alta tecnologia e exportamos commodities. Se não revertemos essa tendência, seremos eternizados como um país eminentemente agrícola, perdendo o ciclo da história.
Dentre os países mais competitivos, destacam-se: 1) Estados Unidos, 2) Suíça, 3) Cingapura, 4) Hong Kong, 5) Suécia, 6) Alemanha, 7) Canadá, 8) Emirados Árabes, 9) Dinamarca e 10) Noruega. Os menos competitivos são: 51) Colômbia, 52) África do Sul, 53) Jordânia, 54) Brasil, 55) Eslováquia, 56) Bulgária, 57) Grécia, 58) Argentina, 59) Croácia e 60) Venezuela.
Um dos pontos mais relevantes é a eficiência do governo. Desde 2011, o Brasil está entre os cinco piores países em termos de ambiente institucional e regulatório. Historicamente, esse é o ponto mais crítico da competitividade do país. Faltam estabilidade e transparência nas regras para que a iniciativa privada possa investir com segurança. Outro, é a violência. Atualmente, o índice de criminalidade no País atingiu níveis alarmantes em todos os indicadores em nossa sociedade. Há, ainda, a questão da energia elétrica. A escassez, o custo e a gestão governamental justificam a falta de investimento na indústria.
O ponto forte apresentado na pesquisa foi a atuação do BNDES nos financiamentos de projetos de todos os segmentos da sociedade.
Carlos Boschetti
Fonte: Diário do Grande ABC
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