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Nova Empresa bilionária avança com inovação.
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A Schulz, de Joinville, líder em compressores de ar na América Latina e uma das maiores fundições de autopeças do Brasil, chegou ao seleto grupo das companhias que faturam mais de R$ 1 bilhão graças ao foco em inovação. Para avançar mais em competitividade internacional, a companhia, que completou 51 anos dia 12 de junho, aprofunda essa estratégia, informa o presidente e diretor de Relações com Investidores Ovandi Rosenstock.
Qual é o impacto da inovação nos negócios da Schulz e quanto investe na área?
Ovandi Rosenstock – A Schulz tem a inovação no DNA desde a fundação. Prova disso é que, ano após ano, a participação de novos produtos (lançados há menos de cinco anos) no faturamento da empresa tem crescido. Em 2014 alcançou 60%. A empresa investe 2,5% do faturamento líquido em pesquisa e desenvolvimento. Em 2012, decidiu priorizar a inovação não só nas áreas de desenvolvimento de produto, mas disseminá-la em toda estrutura organizacional. Para isso criou o Programa de Gestão da Inovação com consultoria do IEL, do Sistema Fiesc. O objetivo é torná-la permanente em todas as unidades de negócio. A Schulz tem laboratórios e uma equipe de 23 mestres e doutores que desenvolvem pesquisas. Esse programa ajudou a captar junto à Finep mais de R$ 55 milhões, em três anos, para investir na área. Também conseguimos recursos com benefícios fiscais.
A empresa acaba de completar 51 anos. Como foi o início das atividades?
Rosenstock – Em 12 de junho de 1963, o empreendedor Heinz Schulz convidou um grupo de amigos para fundar a Metalúrgica Schulz SA. Entre os sócios estavam ele próprio, seu filho Gert Schulz, eu, Ronald Braatz, Herbert Theilacker, Norberto Ritzmann e Guilherme Urban. Seu filho mais novo, Waldir Carlos Schulz, hoje nosso vice-presidente, estava com 13 anos. Heinz já tinha uma pequena fundição nos fundos de casa com 26 colaboradores, onde produzia utensílios domésticos e equipamentos agrícolas. Logo foi iniciada a fabricação de ferramentas manuais de fixação e corte. Em novembro de 1963 teve início linha de itens mecânicos. A produção de compressores começou em 1972.
Qual foi o melhor momento da empresa e o mais difícil?
Rosenstock – O momento mais difícil foi em abril de 1975, com o falecimento prematuro do fundador Heinz Schulz. Mas a empresa não sofreu problemas de continuidade. Um dos melhores momentos foi a abertura do capital na Bovespa em 1994 para comprar o nosso maior concorrente, a Wayne. Com isso, nos tornamos a principal empresa de soluções de ar comprimido.
E a diversificação com autopeças?
Rosenstock – Tínhamos uma fundição de alta qualidade para fabricação de compressores. Diante da demanda de clientes do mercado automotivo pesado, no final dos anos de 1970 a Schulz enxergou a oportunidade de fornecer peças fundidas para caminhões. Hoje, atende players globais como Volvo, Mercedes-Benz, Scania, MAN, DAF, ZF, Eaton, John Deere e Caterpillar.
Ano passado, a Schulz entrou no grupo das bilionárias. Como estão os números?
Rosenstock – Alcançamos receita operacional bruta de R$ 1,064 bilhão, 28% superior a do ano anterior. No primeiro trimestre deste ano, em função de um cenário mais difícil, mantivemos praticamente os mesmos números. Temos duas fábricas em Joinville, 2,7 mil colaboradores, exportamos 18% da produção para 70 países e contamos com mais de 10 mil distribuidores no Brasil. Temos centros de distribuição em Joinville, João Pessoa, Atlanta (EUA), Suécia e Xangai. Nossos produtos têm diversas certificações internacionais de qualidade.
Quais são os planos para os mercados interno e externo?
Rosenstock – A Schulz tem um planejamento estratégico para cada divisão num horizonte de cinco anos. Para a área automotiva, priorizamos a diversificação do portfólio de clientes e mercados, inclusive ao segmento agrícola. Também entramos no segmento de equipamentos de construção civil para atender a tendência e a necessidade do mercado brasileiro. Ao mercado externo, mantemos forte aproximação junto às engenharias das matrizes de nossos clientes para atender suas necessidades. A estratégia da divisão de compressores passa pelo fortalecimento da marca no Brasil e no exterior.
Que obstáculos preocupam mais?
Rosenstock – Falta de logística, alto custo de matérias-primas, a carga tributária mais alta do mundo e uma das tarifas de energia mais caras em nível internacional (no Canadá custa 64% menos do que no Brasil).
Gestão profissional
Apesar de ter Ovandi Rosenstock, um dos fundadores, na presidência; e Waldir Schulz na vice-presidência, a empresa conta com gestão profissional. É a quarta maior companhia de Joinville em faturamento, superada apenas pela Whirlpool, Tigre e Tupy.
Graduado em Administração e Direito, Rosenstock está à frente da Schulz desde meados dos anos 1990. É casado com Mercedes Rosenstock, tem dois filhos – Alexandre e Elisabeth – e os netos Lorenzo e Louise.
Reportagem de: Estela Benetti
Foto: Leo Munhoz
Fonte: Diário Catarinense
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