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Sem fôlego, indústria Brasileira enxuga.
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O cenário sombrio que abala a indústria nacional, com perda de 1,6% na produção até maio, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e a redução de mais de 28 mil postos de trabalho só em maio, conforme o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho), tende a piorar nos próximos meses.
Mais sensíveis à crise, os empresários de metalurgia, mecânica, material de transporte, mobiliário, química, têxtil e vestuário e calçados afirmam que as demissões já ocorrem, ainda que lentamente. Para o próximo semestre, as perspectivas são de manutenção no corte de vagas.
“Desde o fim de novembro de 2013, a crise no setor calçadista se acirrou. As demissões já vêm ocorrendo e, a cada mês, cada unidade fabril demite 1% de seu quadro de pessoal, algo em torno de 3 mil profissionais”, afirma Heitor Klein, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados).
De acordo com o executivo, a concorrência internacional com os produtos asiáticos, o encolhimento do mercado doméstico e a Copa do Mundo têm abalado o setor, que não está muito otimista com o futuro.
“Nas nossas duas frentes de mercado, doméstico e internacional, estamos com problemas de formar preços competitivos. Não há pessimismo, e sim incertezas. Observamos que não há novos investimentos no setor, eles acontecem de forma esporádica. E não há abertura de vagas”, completa Klein.
Termômetro da indústria nacional, o segmento de máquinas e equipamentos é um dos que mais sofrem com a perda de fôlego da atividade industrial e com o baixo ímpeto dos empresários em investir. Os reflexos reverberam em toda a cadeia produtiva ligada ao segmento.
“Por termos um alto encadeamento, as consequências desfavoráveis não ficam apenas conosco. Logo, a cada emprego aberto de forma direta, mais seis são gerados indiretamente. Assim, quando os nossos caem, caem também os do aço, do plástico e dos eletrônicos, por exemplo”, afirma Mario Bernardini, diretor de competitividade da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ).
Segundo Bernardini, como o setor costuma investir pesado na formação e na qualificação profissional, os empresários tendem a evitar as demissões ao máximo. Ainda assim, o executivo afirma que nos primeiros cinco meses deste ano, cerca de 5,2 mil postos de trabalho já foram fechados na indústria.
“Há de se considerar que demitir no Brasil é muito custoso. O empresário não vem tendo margem para ter esse gasto adicional”, observa Bernardini.
Para o economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre), Aloísio Campelo, as perspectivas mostram que os próximos meses do ano serão de novos ajustes no quadro de funcionários na indústria de transformação. Segundo o especialista, a próxima pesquisa mensal de emprego industrial, de junho, deve confirmar esse ciclo negativo nos empregos.
Campelo destaca ainda que o indicador de emprego previsto para junho e medido pela Sondagem da Indústria de Transformação da FGV/Ibre ficou em 94,8 pontos. Foi o pior resultado desde maio de 2009, quando atingiu 94,3 pontos.
“A Sondagem mostra que o cenário negativo para o emprego na indústria deve se aprofundar. Com as eleições, a margem de manobra na área fiscal e monetária para lançar mão de medidas a fim de melhorar o ambiente é bem menor. Até a desoneração da folha, que já foi dada, acaba tendo que competir com os juros mais altos”, completa.
Fonte: Brasil Econômico
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