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Brasil - crise da siderurgia no Centro-Oeste de Minas
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O setor siderúrgico no Centro-Oeste de Minas Gerais está sendo afetado pela crise na economia brasileira e enfrenta demissões e queda na produção. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, das 17 empresas do polo siderúrgico, quatro foram fechadas definitivamente. Em sete, as atividades estão suspensas. Desde que a crise começou em 2008, quase 4 mil trabalhadores foram demitidos na região.
Segundo o diretor do Sindicato das Indústrias Siderúrgicas do Oeste de Minas (Sindigusa), Paulo Antônio Costa, as empresas estão desacelerando a produção para evitar as demissões. "Nós reduzimos a produção para adequar à oferta e à procura. Esperávamos que as vendas fossem retomadas em fevereiro e março, mas isso não tem acontecido. A situação é preocupante", destacou.
De acordo com dados do Sindicato da Indústria do Ferro do Estado de Minas Gerais (Sindifer-MG), o estado tem o maior polo de produção de ferro gusa do Brasil. O estado possui 63 empresas que juntas têm capacidade para produzir quase 7 milhões de toneladas por ano, representando 60% de toda a produção brasileira.
Portas fechando
O metalúrgico Cláudio Benício trabalha como fundidor há 14 anos. Nos últimos cinco anos ele exerceu a profissão em várias cidades e conta que siderúrgicas foram fechadas por onde passou. "Está de assustar. Tenho vários colegas desempregados ou com férias premium. Nunca tinha passado por isso", afirmou. Na empresa em que o fiscal de produção Evanildo Silva Reis trabalhava, foram 180 demissões. "Preocupa, porque todos nós precisamos de trabalho. Está ruim pra nós", disse.

Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Anderson William Santos, a preocupação é geral e afeta toda a cadeia produtiva. Na década de 1980 as siderúrgicas eram responsáveis por grande parte do Produto Interno Bruto (PIB) do Centro-Oeste Mineiro, mas, com a crise, a situação mudou. "A gente espera que o governo possa intervir, com ações positivas, para mudar essa realidade do mercado", afirmou.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) na região Centro-Oeste, Afonso Gonzaga, disse que a crise é grave, preocupante, mas é preciso buscar uma solução. "Já convivemos com quase quatro anos de dificuldade. Temos uma alta carga tributária, problemas jurídicos, trabalhistas e cambiais. Uma cesta de dificuldades que culmina no que aí está", afirmou.
Para mudar esse cenário, a Fiemg propõe mudanças na exportação. "Nosso ferro-gusa é o produto de melhor qualidade para o setor de autopeças. O que precisamos é de pedidos. A única coisa que faz uma empresa continuar funcionando é a ordem de compra. E isso, não estamos tendo", concluiu o presidente.
Fonte: G1
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